segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Empresário é assassinado por dupla quando chegava em casa

O final da noite de ontem (20) em Mos­so­ró foi mar­ca­da por um crime con­tra a vida que ini­cial­men­te está sendo tra­ta­do pela po­lí­cia como um caso de la­tro­cí­nio, roubo se­gui­do de morte. Um co­mer­cian­te foi as­sas­si­na­do com tiro no peito em as­sal­to no bair­ro Dom Jaime Câ­ma­ra, zona Leste da ci­da­de. José Breno Ca­val­can­te Bon­fa­da, 53 anos, mais co­nhe­ci­do como "Breno Gaú­cho", foi morto quan­do che­ga­va em casa de carro e foi abor­da­do por pelo menos três ho­mens ar­ma­dos que ati­ra­ram nele, antes de le­va­rem pul­sei­ra e cor­ren­te de ouro. Ele foi so­cor­ri­do, mas não re­sis­tiu e mor­reu à ca­mi­nho do hos­pi­tal. A morte do co­mer­cian­te eleva o nú­me­ro de ho­mi­cí­dios ocor­ri­dos na ci­da­de desde o iní­cio do ano para 26 as­sas­si­na­tos. É pra­ti­ca­men­te um as­sas­si­na­to a cada dois dias, sem con­tar com as vá­rias ten­ta­ti­vas re­gis­tra­das.

O crime acon­te­ceu neste do­min­go, por volta das 22h30, quan­do o co­mer­cian­te Breno Gaú­cho che­ga­va na re­si­dên­cia dele na rua Neuza Bar­re­to, nas pro­xi­mi­da­des do su­per­mer­ca­do Quei­roz, a bordo de uma Mit­su­bish L-200 prata (MXM-0863/Natal). Se­gun­do in­for­ma­ções re­pas­sa­das à po­lí­cia por duas tes­te­mu­nhas que es­ta­vam na com­pa­nhia do co­mer­cian­te no mo­men­to do ocor­ri­do, pelo menos três ho­mens ar­ma­dos a bordo de mo­to­ci­cle­tas in­ter­cep­ta­ram o carro, abor­da­ram Breno Gaú­cho, que con­du­zia o veí­cu­lo, e exi­gi­ram que o co­mer­cian­te en­tre­gas­se os per­ten­ces.

Ainda de acor­do com o de­poi­men­to das tes­te­mu­nhas, du­ran­te o as­sal­to, os cri­mi­no­sos devem ter se as­sus­ta­do com algum mo­vi­men­to brus­co do co­mer­cian­te e efe­tua­do o dis­pa­ro de arma de fogo con­tra ele. O tiro atin­giu a ví­ti­ma na al­tu­ra do peito. Breno Gaú­cho, que foi en­con­tra­do ba­lea­do den­tro do carro, ainda foi so­cor­ri­do por uma equi­pe do Samu e en­ca­mi­nha­do para o hos­pi­tal Tar­cí­sio Maia, mas não re­sis­tiu ao fe­ri­men­to e mor­reu à ca­mi­nho da uni­da­de de saúde.

Antes de fu­gi­rem do local do crime com des­ti­no ig­no­ra­do, os ban­di­dos le­va­ram pul­sei­ra e cor­ren­te de ouro da ví­ti­ma. Ainda não se sabe se os cri­mi­no­sos tam­bém le­va­ram di­nhei­ro do co­mer­cian­te.

A po­lí­cia ainda rea­li­zou di­li­gên­cias, mas não ob­te­ve su­ces­so na cap­tu­ra dos ban­di­dos. Den­tro do carro da ví­ti­ma foi en­con­tra­da uma pis­to­la 635 mu­ni­cia­da. As duas mu­lhe­res que tes­te­mu­nha­ram o ocor­ri­do foram ou­vi­das pelo de­le­ga­do de plan­tão Tei­xei­ra Jú­nior na de­le­ga­cia do Alto de São Ma­noel e li­be­ra­das. Vi­zi­nhos da ví­ti­ma te­riam re­la­ta­do que du­ran­te o roubo, o co­mer­cian­te pedia para os as­sal­tan­tes não ati­ra­rem, pois ele daria o di­nhei­ro que eles qui­ses­sem.

O corpo do co­mer­cian­te foi re­mo­vi­do para o Itep para ser ne­crop­sia­do e li­be­ra­do para ve­ló­rio e se­pul­ta­men­to. Fa­mi­lia­res do co­mer­cian­te op­ta­ram pelo em­bal­sa­men­to do corpo. O ve­ló­rio está pre­vis­to para acon­te­cer na tarde de hoje na ca­pe­la de Per­pé­tua do So­cor­ro e o se­pul­ta­men­to no Ce­mi­té­rio Novo. Breno Gaú­cho era pro­prie­tá­rio de uma chur­ras­ca­ria lo­ca­li­za­da na Pre­si­den­te Dutra, nas pro­xi­mi­da­des do posto Pla­nal­to, e era na­tu­ral da ci­da­de de Pal­mei­ra, no Rio Gran­de do Sul. O caso foi re­gis­tra­do na De­le­ga­cia de Fur­tos e Rou­bos (Defur/Abo­li­ção II) que ainda deve in­ti­mar as duas mu­lhe­res que tes­te­mu­nha­ram o crime para serem ou­vi­das e pres­ta­rem mais es­cla­re­ci­men­tos com o fim de elu­ci­dar o ocor­ri­do. O veí­cu­lo da ví­ti­ma foi re­co­lhi­do para o pátio da Defur.

Po­li­cia­men­to

Em meio a onda de vio­lên­cia, o co­man­do da PM anun­ciou um re­for­ço para a se­gu­ran­ça. São duas via­tu­ras novas, do Ba­ta­lhão de Cho­que que vão atuar na ci­da­de. De acor­do com o te­nen­te co­ro­nel Elie­zer Ro­dri­gues Fe­lis­mi­no, co­man­dan­te do 2º Ba­ta­lhão de Mos­so­ró, as duas via­tu­ras vão se jun­tar ao efe­ti­vo da ci­da­de, tra­ba­lhan­do de ma­nei­ra di­fe­ren­cia­da das via­tu­ras co­muns. Du­ran­te o dia, as via­tu­ras do Cho­que vão fazer o po­li­cia­men­to pre­ven­ti­vo na re­gião cen­tral da ci­da­de, onde o ín­di­ce de fur­tos e rou­bos ainda é preo­cu­pan­te. À noite, as via­tu­ras são des­lo­ca­das para a re­gião pe­ri­fé­ri­ca, onde têm ocor­ri­do os ho­mi­cí­dios e as ten­ta­ti­vas.

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